Pesquisa revela o medo e a insegurança que mulheres enfrentam dentro de casa

imagem de um punho fechado e uma mulher encolhida ao fundo, desfocada.

Realizado por pesquisadora da Ufes, o estudo analisou os fatores relacionados à violência por parceiro íntimo e o estresse causado nas mulheres que são vítimas

A Violência por Parceiro Íntimo (VPI) é um dos tipos de abuso que mais afeta a população feminina atualmente. Para entender melhor esse contexto, uma pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Ufes (PPGSC) entrevistou 1.086 mulheres, residentes do município de Vitória, Espírito Santo, durante o ano de 2022. Dessas, 519 afirmaram ter sofrido VPI ao longo da vida. A tese revelou que, desse grupo, 44,4% tinham idades entre 18 e 29 anos e 42,2% eram pardas. Além disso, 44,7% das vítimas eram casadas e 53,2% não possuíam trabalho remunerado.

Segundo o estudo, o estresse psicológico é um dos principais prejuízos que a VPI pode causar à saúde da mulher. Assim, o objetivo geral da investigação foi entender as diferenças na percepção de estresse entre mulheres que sofreram e as que não sofreram violência por parceiro íntimo. Também foram analisadas pela pesquisa as relações entre a VPI e características sociodemográficas e reprodutivas, além do histórico de violência.

Entre as mulheres que foram vítimas de violência por parceiro íntimo ao longo da vida, a pesquisa revelou que a média de estresse foi mais elevada. Nesse sentido, o estudo conseguiu estabelecer uma relação direta entre a VPI e o nível de estresse na população feminina. Ademais, durante a pandemia de Covid-19, a pesquisa observou um aumento considerável nos relatos de estresse em mulheres vítimas de VPI, já que, com o isolamento social, elas passaram mais tempo em casa, junto dos parceiros.

Diante disso, a tese foi capaz de definir o contexto sociodemográfico em que as vítimas da violência por parceiro íntimo se inserem e quais fatores influenciam na ocorrência desse tipo de abuso. Ao estabelecer tais diretrizes, o estudo destaca a necessidade da criação e fortalecimento de abordagens voltadas para a prevenção desse problema.

Ainda nesse cenário de VPI dados da Vigilância de Violências e Acidentes, do Ministério da Saúde, revelaram que cerca de 30% das mulheres, que estiveram em um relacionamento em algum momento de suas vidas, sofreram algum tipo de violência física ou sexual pelo parceiro. Além disso, 38% dos homicídios de mulheres são praticados pelo parceiro íntimo.

Para além da prevenção, é muito importante que haja uma intervenção eficaz em casos de VPI. Considerar as vulnerabilidades e complexidades desses casos é de extrema importância para assegurar a proteção da vítima e a condenação dos agressores.

Estudo realizado por: LOYS LENE DA COSTA SIQUEIRA

Orientadora: FRANCIELE MARABOTTI COSTA LEITE

Detalhes da pesquisa: Saúde Coletiva (ufes.br)

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