Pesquisa demonstra frequência da abordagem de mortes por COVID-19 nos principais jornais do estado
Uma pesquisa conduzida pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), revelou uma importante preocupação sobre a cobertura jornalística da pandemia de Covid-19. O estudo, realizado entre 2020 e 2021, investigou a relação entre a frequência de reportagens sobre mortes pela Covid-19 em jornais do Espírito Santo e os dados epidemiológicos fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde.
Utilizando o sistema de monitoramento SigCovid-19 para capturar matérias de 21 veículos de comunicação locais, a pesquisa revelou uma grande desconexão entre a cobertura jornalística e a situação epidemiológica. O estudo destacou que, mesmo durante os picos de óbitos, a quantidade de reportagens não refletiu de maneira adequada a severidade da crise.
Além disso, o estudo constatou que apenas 12% das notícias analisadas forneceram informações úteis e alertas claros sobre a pandemia, evidenciando uma falha na comunicação quando comparada à cobertura de outras epidemias, como a dengue e o H1N1. Essa falha revela uma lacuna na comunicação da saúde pública.
Especialistas, como o infectologista e diretor do Instituto Butantan Esper Kállas, alertam sobre a alta probabilidade de futuras pandemias e ressaltam a necessidade urgente de uma colaboração mais eficaz entre os setores público e privado. Em resposta, o estudo sugere que as empresas jornalísticas e os governos se comprometam com a disseminação de informações relevantes e urgentes, estabelecendo uma comunicação eficaz com a população.
A Ufes, com seu compromisso contínuo com a pesquisa e a saúde coletiva, espera que esses achados contribuam para a melhoria das estratégias de comunicação e das respostas a emergências sanitárias futuras.