Pesquisa aponta dados sobre o elevado índice de violência contra pessoas com deficiência no estado do Espírito Santo

Dos casos notificados de violência dentro do próprio grupo de pessoas com deficiência no estado, 65,3% é em relação a violência interpessoal quando comparado com a violência autoprovocada, sendo que contra crianças e idosos o número de casos foi maior. Em relação ao total geral, ou seja, comparando com grupos que não eram pessoas com deficiência, a prevalência foi de 4,5%.

Outro dado levantado na pesquisa mostra que pessoas pretas com deficiência foram 15% mais violentadas que brancas, e os agressores, em sua maioria, eram do sexo masculino, com idade de 25 anos ou mais e haviam usado álcool. Esses eventos de agressão foram predominantemente em vias públicas e mais de uma vez.

A pesquisa realizada na Ufes, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC), analisou casos de violência contra as pessoas com deficiência no ES porque essa comunidade é uma das mais vulneráveis ao agravo da violência e necessita de estratégias que possam garantir a sua proteção. O estudo levantou os casos notificados entre os anos de 2011 a 2018, analisando a frequência e o número de dados nesse período. As informações foram recolhidas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do estado do Espírito Santo disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde.

Foram incluídos todos os tipos de deficiência que são rastreadas na ficha de notificação de violência de acordo com o conceito de deficiência do decreto n 6.949/2009, incluindo: deficiência física, deficiência intelectual, deficiência visual, deficiência auditiva, transtorno mental e transtorno de comportamento. Além disso, todos os tipos de violência interpessoal foram incluídas na ficha de notificação: violência física, violência psicológica/moral, tortura, violência sexual, tráfico de seres humanos, violência financeira/econômica, negligência/abandono, trabalho infantil, violência por intervenção legal e outros.

Os resultados revelaram que a violência contra a pessoa com deficiência se apresentou elevada no Espírito Santo e o reconhecimento dos seus fatores é importante para que essa população tenha seus direitos garantidos e que políticas públicas de prevenção e proteção na saúde ajudem a diminuir as diversas consequências à saúde física, mental e social das pessoas com deficiência. O reconhecimento das causas desse tipo de violência ajuda profissionais da saúde a proteger essa população, garantindo que políticas de prevenção sejam criadas impedindo as consequências dessas agressões.

Link da tese na íntegra: https://sappg.ufes.br/tese_drupal//tese_17211_Disserta%E7%E3o.pdf

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