Letramento em saúde é essencial para o gerenciamento de dor crônica no SUS

médica do SUS atendendo uma paciente

Pesquisa realizada no município de Anchieta (ES) destacou avanços e desafios no tratamento de pacientes com dor crônica na atenção primária

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) revelou que o nível de letramento em saúde (LS) - que se refere a percepção e conhecimento de saúde em geral - dos pacientes com dor crônica pode influenciar diretamente a efetividade de programas de educação em dor na rede pública. 

O estudo avaliou 120 pacientes e profissionais de saúde entre os anos de 2022 e 2023. Os pacientes com dor crônica musculoesquelética foram julgados quanto ao letramento funcional, comunicativo e crítico, além de autoeficácia, intensidade da dor e impacto funcional. Os profissionais que atuam no cuidado de rotina da atenção primária (APS) e média complexidade foram analisados quanto às crenças e atitudes em relação à dor crônica.

A dor crônica musculoesquelética é uma condição clínica caracterizada por limitações funcionais na rotina do paciente e incapacidades, além de repercussões psicossociais. Estudos recomendam o manejo multimodal com ênfase em abordagens de autogerenciamento para enfrentamento da dor crônica e trabalho de autoeficácia. A efetividade das intervenções podem sofrer influências, como o letramento em saúde (LS) do indivíduo e do sistema de saúde.

Os resultados mostram que os pacientes apresentam altos índices de letramento funcional, comunicativo e crítico, assim como nos fatores que ajudam no autogerenciamento da dor crônica. No entanto, profissionais de saúde não especialistas, por outro lado, demonstraram crenças disfuncionais quanto aos comportamentos de atenção, cura e manejo da dor crônica, indicando necessidade de capacitação e treinamento em comunicação.

Recomenda-se a implementação de ações de capacitação permanente para profissionais do SUS e o fortalecimento de programas que fortaleçam o letramento em saúde. Além disso, enfatizou-se a necessidade de criar políticas públicas que reconheçam o letramento como uma ferramenta essencial para promover equidade e melhores resultados.

 

Estudo realizado por: Paula Torrezani Sales

Detalhes da pesquisa: Saúde Coletiva

Imagem: Agência Brasil

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