Estudo analisa padrões alimentares, processamento de alimentos e obesidade em trabalhadores rurais

mãos colhendo hortaliças em uma grande horta

Conduzido em Santa Maria de Jetibá, maior município produtor de hortaliças, legumes e frutas do ES

Realizado de dezembro de 2016 a abril de 2017, o objetivo do estudo foi investigar o consumo alimentar de trabalhadores rurais que moram no principal município produtor de hortifrutigranjeiros. Relacionando seu consumo alimentar com fatores sociodemográficos, laborais, de estilo de vida e obesidade.

Apesar da importância dos hábitos alimentares para o processo saúde-doença, há lacunas quanto à análise do consumo alimentar de trabalhadores e populações rurais, assim como no acompanhamento do estado nutricional desses grupos. O estudo envolveu 740 agricultores, destes, 381 eram homens e 359 mulheres, os dados alimentares foram coletados a partir de uma avaliação que analisa o consumo alimentar. 

A respeito do processamento de alimentos, que pode envolver várias etapas, desde a limpeza e preparação dos ingredientes até o cozimento, desidratação, fermentação, embalagem e armazenamento, esses trabalhadores consomem em sua grande maioria alimentos minimamente processados (arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas, castanhas, entre outros), cerca de 64,7%; em seguida os alimentos ultraprocessados (salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, refrigerante, frango empanado, entre outros), são cerca de 17,7%); o terceiro grupo são os ingredientes culinários processados, 12,4%, estes são o azeite, manteiga, açúcar, sal, etc. Por fim, o quarto grupo são os alimentos processados, com 5,2%, que se refere a alimentos em conserva, carnes salgadas e defumadas, alguns queijos, sardinha e atum em lata, dentre outros.

Os achados indicam que a população rural estudada mantém o consumo de padrões alimentares tradicionais, mas também aderem ao consumo de alimentos industrializados, especialmente entre os mais jovens, os de classe socioeconômica mais elevada e aqueles com hábitos de um rural mais urbanizado. A maior adesão aos padrões alimentares tradicionais foi associada a menor obesidade em trabalhadoras rurais. Por fim, os dados demonstram que a prevenção à obesidade também deve ser pautada no cuidado em saúde de populações remotas e rurais, uma vez que essa população apresenta elevada prevalência de obesidade geral (19,7%) e obesidade abdominal (31,5%).

 

Estudo realizado por: Monica Cattafesta

Detalhes da pesquisa: Saúde Coletiva

Imagem: FreePik

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