Entenda relação da dengue com crise climática

Aquecimento global, urbanização, grande volume de chuvas e enchentes colaboram com o aumento da doença

Uma pesquisa feita na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 2013 já  mostrava como a dengue se comporta em diferentes condições do ambiente e como a crise climática contribui para a infestação do mosquito transmissor da doença. O aquecimento global e o aumento de enchentes também influenciam no aumento de casos.

Com a temperatura média do planeta aumentando ano após ano, a tendência é que doenças transmitidas por vetores como a dengue, cresçam cada vez mais. Isso acontece porque a  capacidade de reprodução do mosquito que transmite a doença aumenta, o ovo se transforma em adulto mais rápido, facilita a digestão de sangue e faz com que as fêmeas vivam mais, resultando em uma transmissão ainda mais acelerada. 

Em 2024, o mês de janeiro foi o mais quente já registrado na história, e temperaturas máximas acima dos 30°C têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (ICPP) o aumento da temperatura média do planeta nos próximos anos vai ultrapassar o marco previsto de 1,5°C.

Já as chuvas fortes e enchentes influenciam diretamente no desenvolvimento das larvas do Aedes aegypti, uma vez que esses fenômenos favorecem o acúmulo de água parada, que são os seus criadouros, facilitando a infestação do mosquito em novas áreas. 

Outro fator que contribuiu para a alta da dengue nos últimos anos foi a urbanização acelerada, em que a falta de planejamento de infraestrutura gerou problemas como a produção e o descarte inadequado de lixo e também no número de pessoas que vivem em uma mesma área, que são contaminadas por um mesmo criadouro.

A pesquisa revelou que a distância de grandes centros populosos são um fator de proteção para o aparecimento da doença. Entretanto, o que faz a enfermidade se proliferar é a interação e a dinâmica de todos os fatores estudados. 

Além disso, o estudo mostrou que saber o que favorece o aparecimento da dengue e entender as relações entre mudanças climáticas e surtos de doenças são um caminho para pensar em novas estratégias de prevenção e cuidado. Isso evidencia que as epidemias de Dengue poderão ser cada vez mais frequentes e mais graves nos próximos anos.

Estudo realizado por: THAIANA DE MATTOS VAREJÃO

Orientadora: CRISPIM CERUTTI JUNIOR

Detalhes da pesquisa: Saúde Coletiva (ufes.br)

Tags: 
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105